Diálogos construídos na relação interativa como aluna da EAD.
Por Ruth Ramiro
Neste texto pretendo relatar uma experiência como aluna do LANTE-UFF no curso de Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão na EAD na disciplina Sistema de Tutoria, nesse processo de construção do conhecimento no ambiente da EAD vamos percebendo que para falarmos sobre interatividade precisamos apontar os diferentes níveis que ela pode assumir. A exemplo, tivemos na disciplina a oportunidade de conhecermos na prática como se dá uma interatividade para qualidade através da participação do nosso grupo 20 no chat. A maneira como o tutor potencializou as discussões através daferramenta, objeto de aprendizagem, provocou nos estudantes uma relação interativa capaz de produzir e ampliar múltiplas possibilidades de conhecimentos. As discussões fomentadas a partir da intencionalidade pedagógica do tutor levaram o grupo à não assumirem posições simplistas, na pluralidade e singularidade de cada sujeito, diferentes temas, dúvidas, encontros e desencontros de pensamentos surgiram proporcionando ao grupo outras ações, percepções e tomadas de decisão no campo pedagógico, político, pessoal, interpessoal etc.
Apreendemos que a interatividade nos ambientes pedagógicos sejam eles, presenciais ou a distância, dotados de tecnologia digital ou não, precisam abrigar estratégias eficientes de aprendizagem para que educador construa a autonomia com qualidade através de um diálogo construtivo com os estudantes. Entretanto, para que essa construção da autonomia com
qualidade ocorra, precisamos apontar como prioridades à observância de ações que não tem uma ordem hierarquizada, elas se complementam e se entrecruzam no processo da autonomia e que precisam ser valorizadas e não devem ser apresentadas como óbvias, tais como:
1. Intencionalidade pedagógica.
Embora essa modalidade, à distância, possua características, linguagem e formato próprios,exigindo administração, desenho, lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de infra-estrutura e pedagógicos condizentes, esses pontos relevantes só ganham importância no contexto de uma discussão política e pedagógica da ação educativa
através da organização de um planejamento.
Dessa forma, para seu cumprimento o tutor deve apresentar claramente sua opção epistemológica de educação, já que inúmeras são as ferramentas hoje disponibilizadas pela Web e as novas mídias, e torna-se preciso transcender as ferramentas contidas em um único endereço para provocar nos estudantes a busca de diálogos com seus pares, num processo construtivo de autonomia diante das múltiplas possibilidades trazidas pela tecnologia.
2. A condição humana
Precisamos compreender essa grandeza do ser humano, a condição humana. “A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou que venha existir” (Arendt,2008).
Entendemos que a pontencialização da autonomia encontra-se no reconhecimento da singularidade de cada um sujeito ao mesmo tempo em que se pluralizam no trabalho pedagógico. No processo de construção para autonomia torna-se necessário que os estudantes tenham clareza das intencionalidades pedagógicas, bem como da sua capacidade criadora como ser humano único. Nesse contexto, precisa-se considerar que no conjunto das
ações no ambiente virtual haja cooperação, mas não no sentido de concordância com tudo que se passa no ambiente de aprendizagem, e sim, como sujeitos das relações, os estudantes precisam participar das diferentes ações através de suas reflexões e questionamento, no compromisso e no respeito às regras de convivência humana a todos os envolvidos nesse espaço. Ao contrário do sujeito colaboracionista, cujas ações são “tarifeiras” - cumpridor das tarefas, sem, contudo, refletir o “porquê e o para quê” de cada ação que o envolve nos diferentes momentos da vida.
3.Escutas a voz do estudante
A autonomia não se constrói sem a expressão de colaboração do estudante no espaço virtual. Compreendemos que seja tarefa do tutor estabelecer essa interlocução mediada de atenção e cuidado, sem, contudo, produzir respostas econômicas, como “ok” ou “tarefa recebida”. Essa comunicação reduzida, aos poucos, mina a motivação no ambiente interativo. Entretanto,
sabemos que, por vezes, os próprios estudantes possuem dificuldades em se expressar seja na forma escrita no que se refere ao conteúdo ou até na parte ortográfica. Além disso, o espaço virtual por se um ambiente novo e pode trazer timidez na expressão do aluno.
Não podemos esquecer que o feedback torna-se importantíssimo no processo de interatividade entre tutor e estudante. “Em um ambiente interativo, um silêncio, uma ausência, um atraso numa atividade, pode dizer mais do que mil imagens” (Medeiros, texto base, p.18 sem ano).
4.Tutor promotor da interatividade
Há na palavra autonomia um paradoxo entre o sistema de tutoria e a autonomia do aluno, principalmente, se o conceito de autonomia estiver fundada em auto-estudo. Na contra mão dessas ações isoladas, o tutor precisa planejar para promover, da melhor forma possível, a
interatividade no ambiente de aprendizagem e que construa junto aos estudantes múltiplas e ricas possibilidades de diálogos, de debates, de questionamentos fundamentados numa concepção teórica-metodológica, numa interação sem modelos rígidos em que consista na criação e acessibilidade nas relações entre estudantes e tutor para promover a autonomia.
Enfim, “navegar é preciso, viver não é preciso” (Fernando Pessoa). Indicar aberturas para autonomia consiste em reconhecer que os ambientes interativos podem ser espaços acolhedores, de respeito aos diferentes, mas que diante as dificuldades, as imprecisões, possam abrir caminhos para navegar em mares abertos como estratégias de motivação na descobertas de outras entradas e saídas.
Referência:
AREND,.Hannah. A Condição Humana. 10a edição – Rio de Janeiro; RJ. Editora Forense Universitária,
2008.. MEDEIROS. Leila e outros.Sistema de Tutoria a Distância.Plataforma Lante, Texto Base (sem ano)
Neste texto pretendo relatar uma experiência como aluna do LANTE-UFF no curso de Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão na EAD na disciplina Sistema de Tutoria, nesse processo de construção do conhecimento no ambiente da EAD vamos percebendo que para falarmos sobre interatividade precisamos apontar os diferentes níveis que ela pode assumir. A exemplo, tivemos na disciplina a oportunidade de conhecermos na prática como se dá uma interatividade para qualidade através da participação do nosso grupo 20 no chat. A maneira como o tutor potencializou as discussões através daferramenta, objeto de aprendizagem, provocou nos estudantes uma relação interativa capaz de produzir e ampliar múltiplas possibilidades de conhecimentos. As discussões fomentadas a partir da intencionalidade pedagógica do tutor levaram o grupo à não assumirem posições simplistas, na pluralidade e singularidade de cada sujeito, diferentes temas, dúvidas, encontros e desencontros de pensamentos surgiram proporcionando ao grupo outras ações, percepções e tomadas de decisão no campo pedagógico, político, pessoal, interpessoal etc.
Apreendemos que a interatividade nos ambientes pedagógicos sejam eles, presenciais ou a distância, dotados de tecnologia digital ou não, precisam abrigar estratégias eficientes de aprendizagem para que educador construa a autonomia com qualidade através de um diálogo construtivo com os estudantes. Entretanto, para que essa construção da autonomia com
qualidade ocorra, precisamos apontar como prioridades à observância de ações que não tem uma ordem hierarquizada, elas se complementam e se entrecruzam no processo da autonomia e que precisam ser valorizadas e não devem ser apresentadas como óbvias, tais como:
1. Intencionalidade pedagógica.
Embora essa modalidade, à distância, possua características, linguagem e formato próprios,exigindo administração, desenho, lógica, acompanhamento, avaliação, recursos técnicos, tecnológicos, de infra-estrutura e pedagógicos condizentes, esses pontos relevantes só ganham importância no contexto de uma discussão política e pedagógica da ação educativa
através da organização de um planejamento.
Dessa forma, para seu cumprimento o tutor deve apresentar claramente sua opção epistemológica de educação, já que inúmeras são as ferramentas hoje disponibilizadas pela Web e as novas mídias, e torna-se preciso transcender as ferramentas contidas em um único endereço para provocar nos estudantes a busca de diálogos com seus pares, num processo construtivo de autonomia diante das múltiplas possibilidades trazidas pela tecnologia.
2. A condição humana
Precisamos compreender essa grandeza do ser humano, a condição humana. “A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou que venha existir” (Arendt,2008).
Entendemos que a pontencialização da autonomia encontra-se no reconhecimento da singularidade de cada um sujeito ao mesmo tempo em que se pluralizam no trabalho pedagógico. No processo de construção para autonomia torna-se necessário que os estudantes tenham clareza das intencionalidades pedagógicas, bem como da sua capacidade criadora como ser humano único. Nesse contexto, precisa-se considerar que no conjunto das
ações no ambiente virtual haja cooperação, mas não no sentido de concordância com tudo que se passa no ambiente de aprendizagem, e sim, como sujeitos das relações, os estudantes precisam participar das diferentes ações através de suas reflexões e questionamento, no compromisso e no respeito às regras de convivência humana a todos os envolvidos nesse espaço. Ao contrário do sujeito colaboracionista, cujas ações são “tarifeiras” - cumpridor das tarefas, sem, contudo, refletir o “porquê e o para quê” de cada ação que o envolve nos diferentes momentos da vida.
3.Escutas a voz do estudante
A autonomia não se constrói sem a expressão de colaboração do estudante no espaço virtual. Compreendemos que seja tarefa do tutor estabelecer essa interlocução mediada de atenção e cuidado, sem, contudo, produzir respostas econômicas, como “ok” ou “tarefa recebida”. Essa comunicação reduzida, aos poucos, mina a motivação no ambiente interativo. Entretanto,
sabemos que, por vezes, os próprios estudantes possuem dificuldades em se expressar seja na forma escrita no que se refere ao conteúdo ou até na parte ortográfica. Além disso, o espaço virtual por se um ambiente novo e pode trazer timidez na expressão do aluno.
Não podemos esquecer que o feedback torna-se importantíssimo no processo de interatividade entre tutor e estudante. “Em um ambiente interativo, um silêncio, uma ausência, um atraso numa atividade, pode dizer mais do que mil imagens” (Medeiros, texto base, p.18 sem ano).
4.Tutor promotor da interatividade
Há na palavra autonomia um paradoxo entre o sistema de tutoria e a autonomia do aluno, principalmente, se o conceito de autonomia estiver fundada em auto-estudo. Na contra mão dessas ações isoladas, o tutor precisa planejar para promover, da melhor forma possível, a
interatividade no ambiente de aprendizagem e que construa junto aos estudantes múltiplas e ricas possibilidades de diálogos, de debates, de questionamentos fundamentados numa concepção teórica-metodológica, numa interação sem modelos rígidos em que consista na criação e acessibilidade nas relações entre estudantes e tutor para promover a autonomia.
Enfim, “navegar é preciso, viver não é preciso” (Fernando Pessoa). Indicar aberturas para autonomia consiste em reconhecer que os ambientes interativos podem ser espaços acolhedores, de respeito aos diferentes, mas que diante as dificuldades, as imprecisões, possam abrir caminhos para navegar em mares abertos como estratégias de motivação na descobertas de outras entradas e saídas.
Referência:
AREND,.Hannah. A Condição Humana. 10a edição – Rio de Janeiro; RJ. Editora Forense Universitária,
2008.. MEDEIROS. Leila e outros.Sistema de Tutoria a Distância.Plataforma Lante, Texto Base (sem ano)
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